Palavras contadas ou a resposta a um desafio
Desejar para mim
é poder,
é querer,
é ter.
É buscar a força em mim mesma
e percorrer este caminho que traço
em cada dia.
Amizade e Amor.
Alegria.
Liberdade.
Solidariedade.
Quem as não deseja?
Nunca perder a esperança.
Olhar para trás e não lamentar os anos passados
ou os anos perdidos.
As paixões que vivi
e as loucuras que cometi.
Afinal a perfeição é uma meta difícil de alcançar
e apenas mais tarde na vida,
atingimos o equilíbrio.
Dúvidas? Sempre as tive.
Honestidade, é algo que me faz falta no amor.
Amigos são coisa rara
(não há magia para os obter).
Amantes? São coisa cara.
Será que a paixão compensa
todo o desespero,
a saudade e o vazio
de uma relação proibida?
No meu sonho presente,
nas minhas fantasias sonhadas,
tudo é permitido.
E aí te encontras, amante e amado,
com o teu estilo de sedutor,
o teu discreto charme,
os teus olhos profundos.
No vazio da tua ausência
deixas um aroma de saudade
dos orgasmos e dos beijos
na penumbra das tardes.
Do meu passado recordo outros amantes
outros lábios
e outras mãos,
memória esbatida pelo tempo.
Tantas coisas procuro na vida!
A amiga que só agora alcancei
e que em cada reencontro
comigo partilha as alegrias e as dores.
Frente ao mar, as conversas escorrem pelas tardes,
o sol refletindo nas águas o arco-íris.
O sal entranha-se na pele
e a brisa é uma carícia que nos toca.
Falas-me das tuas viagens
de paisagens que nunca vi.
De céus com outras estrelas,
de lagos e montanhas,
de desfiladeiros que nunca vou atravessar.
Falas-me da vida e da morte.
Ensinas-me que há uma terra por descobrir.
E tantos frutos ainda por colher!
És a criança e a mulher
A minha fonte de equilíbrio.
E contigo reaprendo que o silêncio não pesa.
O que pesa é a ausência
e a morte.
O que pesa é o gelo que se sente na alma
por te saber morta - inatingível para mim -
mãe,
e nunca mais poder ouvir a tua voz.
Nunca mais me vais dar todo o teu saber
acumulado numa vida.
Nunca mais vais vestir as minhas bonecas.
Nunca mais me vais surpreender com o teu
riso inesperado.
A vida passou para ti
longa e dolorosa,
e na morte atingiste a paz.
Para mim ficou o vazio e uma imagem que quero apagar
- longos cabelos brancos, inerte, as mãos sobre o peito.
Esquecer que o teu corpo que me deu vida
apodrece agora pútrido sob a terra.
Só te quero recordar orgulhosa e feliz,
as tuas mãos no meu cabelo.
O que mais desejo da vida!
Um mundo sem guerra?
Impossível.
Quero os olhos sempre brilhantes dos meus filhos.
E a certeza de que são felizes.
Não de vidas côr-de-rosa, mas vidas plenas,
preenchidas com afecto,
amor e paixão q.b.
(porque não há vidas sem mácula!)
Será desejar muito da vida?