Wednesday, August 02, 2006

Para J. (mais um ...)

O caminho que inventaste
está aí.
Claro e bem definido
à tua espera.
Uma bela aguarela do futuro.

(Não a esbatas demais, amor!)
(Não a esborrates.)

A vida que sonhaste está
à espera.
Um sonho encerrado
numa bola de sabão.
Frágil miragem
que equilibras na ponta dos teus dedos.

(Não a percas, amor!)
(Não a deixes rebentar!)

Vejo-te assim.

A vida ancorada na tristeza
e numa revolta calada que te
devora os dias.
Os sonhos e o futuro
encerrados
numa redoma tão fluida e leve
que o medo teima em soprar
para longe.

Vejo-te assim, amor.
E mesmo assim te amo!