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"Mas a sedução tem muitos caminhos e ele levou-me por quase todos. Em primeiro lugar foi o caminho das palavras, escritas, segredadas, ditas em tom de penitência, chegadas pelo telefone, mas sempre palavras de sedução e amor. Houve também o caminho dos sabores, do sabor acre do esperma, ácido do vinho tinto, persistente do queijo ou salgado do suor. E houve o caminho da dor, tantas dores: da separação, do ciúme, da impossibilidade, da raiva, do desacerto em que tantas vezes se desencontraram os nossos sentimentos. Faltou apenas o caminho da música, aquela música que para sempre nos trará a lembrança do outro e que nos deixará sem fôlego e de olhar perdido num infinito de emoções e memórias".
ALMEIDA, Germano de, "As memórias de um espírito" Caminho, Lisboa, 2001, p.316
A sedução! Aqueles momentos ímpares de excitação! O prazer da conquista! O deleite de ser conquistada! Este texto refere bem os passos que tão bem conheço. O caminho das palavras - segredadas, tão esperadas - inesperadas, porque em qualquer momento e a todo o momento. O caminho dos sabores - o sémen e o suor; e o dos odores - o seu cheiro que persiste na pele e que é tão gostoso de sentir. O caminho da dor - o ciúme, tão difícil de ultrapassar - impossibilidades - tantas!! Impossibilidade de te encontrar sempre que é minha vontade, impossibilidade de te tocar sempre que me apetece, impossibilidade até de te ver - quando de início nos encontrávamos em todas as esquinas. O teu cheiro, encontro-o pelas ruas, mas não és tu que passas ao meu lado.
Difícil ainda é controlar as emoções, os sentimentos. Domar a minha vontade de te ver e ter, de te ouvir e de querer estar contigo. Estou a remar contra a maré - contra a minha maré - contra aquilo que sou, e o que apresento é uma forma aproximada daquilo que queres ter. Com emoções controladas, quereres domados, vontade domesticada. Um gostar de ti à tua semelhança. Porquê tudo isto? Amar-te sem amor, querer-te a horas certas, olhar-te com emoções contidas. Tudo faz parte da minha outra face. A primeira - a visível - tão certinha, a segunda - o avesso da primeira. A terceira? Outro Eu que não quero mostrar, mais emotivo, mais crédulo, mais verdadeiro. Impossível de se revelar.
Que confusão de mim!!
ALMEIDA, Germano de, "As memórias de um espírito" Caminho, Lisboa, 2001, p.316
A sedução! Aqueles momentos ímpares de excitação! O prazer da conquista! O deleite de ser conquistada! Este texto refere bem os passos que tão bem conheço. O caminho das palavras - segredadas, tão esperadas - inesperadas, porque em qualquer momento e a todo o momento. O caminho dos sabores - o sémen e o suor; e o dos odores - o seu cheiro que persiste na pele e que é tão gostoso de sentir. O caminho da dor - o ciúme, tão difícil de ultrapassar - impossibilidades - tantas!! Impossibilidade de te encontrar sempre que é minha vontade, impossibilidade de te tocar sempre que me apetece, impossibilidade até de te ver - quando de início nos encontrávamos em todas as esquinas. O teu cheiro, encontro-o pelas ruas, mas não és tu que passas ao meu lado.
Difícil ainda é controlar as emoções, os sentimentos. Domar a minha vontade de te ver e ter, de te ouvir e de querer estar contigo. Estou a remar contra a maré - contra a minha maré - contra aquilo que sou, e o que apresento é uma forma aproximada daquilo que queres ter. Com emoções controladas, quereres domados, vontade domesticada. Um gostar de ti à tua semelhança. Porquê tudo isto? Amar-te sem amor, querer-te a horas certas, olhar-te com emoções contidas. Tudo faz parte da minha outra face. A primeira - a visível - tão certinha, a segunda - o avesso da primeira. A terceira? Outro Eu que não quero mostrar, mais emotivo, mais crédulo, mais verdadeiro. Impossível de se revelar.
Que confusão de mim!!
3 Comments:
" Que confusão de mim!!" Será mesmo uma confusaõ? "Impossibilidade de te encontrar sempre que é minha vontade, impossobilidade de te tocar sempre que me apetece..." Acho k isso é o k mais faz sofrer... sei bem... kerer estar junto da pessoa amada kuando desejamos... mas não podemos. Sabes axo k nos vai "matando" (talvez seja uma palavra forte demais) pouco a pouco... isso é o k sinto, k vai matando mas vai principalmente desesperando... até nao podermos mais... até ao nosso limite, e onde é esse limite?
Bjs e tudo de bom p ti...;)
Vero.
Reverse
"...porquê tudo isto?..."
querer
desejar
axfixiar de vontade...
bom texto.
bom som.
beijux létinha.
...(para o comentário da Vero): não há limite... apenas sofrer...
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