Thursday, September 15, 2005

A fio

O tempo escorre.
Lento.
As horas parecem dias,
e os dias caem.

Ping, ping, ping,
como gotas persistentes,
Permanentes
Insistentes.

Perdidos.
Um a um.
O tempo escorre.
Lento.

Os minutos parecem horas,
e as horas...
ora deslizam,
ora se arrastam.

Como se numa passadeira
embrutecida,
entorpecida,
envelhecida.

O tempo escorre.
Infiltra-se na vida.

Cria brechas
que se estendem,
longas,
invisíveis.

Como raízes profundas
que persistentemente
se entranham
nesta terra que sou eu.

O tempo escorre,
e são sulcos que vinca
nesta terra,
que sou eu.

Brechas.
Marcas.
Perfis de um tempo que escorre
e não é água.

Um tempo longo
que deixa cicatrizes
neste Eu
que não é terra.

1 Comments:

Blogger vero said...

Simplesmente adoro o modo como escreves...continua!!!!
Beijocas :)

2:11 PM  

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