Wednesday, January 03, 2007

Mais uma vez, a ausência!

Brilha lá fora o sol e no entanto ... dentro de mim o dia vem escurecendo a cada minuto.
A manhã nasceu mais triste hoje. Ao meu lado não estavas quando acordei. Nos lençóis procurei o teu rasto - um resto de ti -, nas almofadas busquei a fragrância do amor, mas nada senti para além do calor morno do meu próprio corpo.
Disseste-me "bom dia" ao ouvido e procurei sentir-te próximo através das palavras. Falei contigo baixinho como se ali mesmo estivesses. Acariciei-te com as palavras como ontem o fiz com as minhas mãos. Deixei-me enrolar no som da tua voz como ontem me enrolei no teu corpo.
Escureceu depois, mais e mais, à medida que o sol se erguia mais alto no céu. Cada vez mais, à medida da certeza de que abraçava o vazio, à medida que o nó na garganta me impedia de respirar, de falar, de pensar, de querer viver.
Escrevo tudo isto para quê se a dor se avoluma a cada letra que escrevo? É como cavar mais fundo a tristeza, lembrar-te aqui. E no entanto é preciso. Inevitável diria!
Eterno círculo que se completa e retorna ao seu início.
Ausência, saudade ... presença ... ausência, saudade. Saudade. Saudade.
Percebes o que sinto? Compreendes do que falo?
De coisas tão pequenas que são um mundo. De palavras sussurradas que enchem a vida. De gestos, de olhares, de partilha. De nós - apenas um só.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

"Assim como o Oceano, só é belo com o luar
Assim como a Canção, só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem, só acontece se chover
Assim como o poeta, só é bem grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor, não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você!"

Vinicius de Moraes

Percebo-te tão bem, porque a tua dor é a minha dor, apenas uma dor, de um amor verdadeiro

11:38 AM  
Blogger Su said...

entendo.te bem....em demasia,,,,

jocas maradas de circulos de vida

10:59 PM  

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