Monday, September 04, 2006

Silêncios

Subitamente impera
este muro de silêncio!

Falta pouco agora. Muito pouco.

Por detrás dos olhares
tantas palavras por dizer
e apenas um grito por calar.

E falta pouco agora. Muito pouco.

As mãos estreitam-se
na urgência dos últimos minutos.
O último beijo é quase e apenas
um até amanhã.

Fica o abraço por dar!
Fica um mundo de segredos
por murmurar.
Ficam as lágrimas presas
para depois ... depois do último olhar ...

O nó na garganta
a avolumar-se.
O grito, contido
nas mãos cerradas.

E tantas palavras por dizer
agora que o tempo se esgotou ...
e quando falta tanto ...
falta ainda tanto
para te ter!

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

A taciturnidade renasce sempre na hora da despedida, cúmplice da nossa paixão.
O abraço fica por dar e o beijo rápido, para não magoar. A dor já impera, e na viagem de regresso, com o teu sabor ainda na boca, o pensamento revive os dias magníficos de um Amor Verdadeiro.

10:51 AM  
Anonymous Anonymous said...

O teu poema levou-me a reler "Espera" de Eugénio de Andrade.
Aqui fica...

Espera

Horas, horas sem fim,
graves, profundas,
esperarei por ti
até que todas as coisas sejam mudas.

Até que uma pedra irrompa
e floresça.
Até que um passáro me saia da garganta
e no silêncio desapareça.

Eugénio de Andrade

Eu espero que a tua espera não seja longa e que o tanto se torne pouco...
Convido-te a uma visita ao meu blog... não conheço melhor que as palavras para tornar o tempo pouco...

Isabel

11:50 AM  
Blogger Unknown said...

Amiga,
Voltei hoje a blogosfera, depois de quase 3 meses de desncanso.
E volto hoje com festa... Gostaria de poder contar com sua presença nesta data duplamente feliz para mim...
Beijos, flores e muitos sorrisos!

4:09 PM  

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