No fim
No fim da estrada
vejo-me só.
Os anos passaram - ágeis -,
as rugas cravadas
e a mágoa definitivamente
instalada.
Procuro nos espelhos
as minhas velhas máscaras
mas só me encontro a mim.
Nos vidros gastos reflecte-se
turvamente
um rosto que não reconheço.
O corpo que carrego prende-me,
aprisiona-me a um futuro
que já está escrito.
Tenta ainda voar o pensamento!
Lembrar palavras,
gestos,
sabores.
As palavras estão vivas,
os gestos fluidos,
os sabores sempre doces,
mas apenas eu me encontro
no fim desta estrada
- esta que eu própria desenhei!
Calculo que só,
rodeada de espelhos
corroídos
e baços
onde já não revejo os meus outros eus
perdidos na voragem.
Para quê ficarem,
se todos os outros partiram?
Reflectido apenas um rosto marcado.
Solitário.
Gasto.
Um corpo esvaziado
numa casa vazia ...
vejo-me só.
Os anos passaram - ágeis -,
as rugas cravadas
e a mágoa definitivamente
instalada.
Procuro nos espelhos
as minhas velhas máscaras
mas só me encontro a mim.
Nos vidros gastos reflecte-se
turvamente
um rosto que não reconheço.
O corpo que carrego prende-me,
aprisiona-me a um futuro
que já está escrito.
Tenta ainda voar o pensamento!
Lembrar palavras,
gestos,
sabores.
As palavras estão vivas,
os gestos fluidos,
os sabores sempre doces,
mas apenas eu me encontro
no fim desta estrada
- esta que eu própria desenhei!
Calculo que só,
rodeada de espelhos
corroídos
e baços
onde já não revejo os meus outros eus
perdidos na voragem.
Para quê ficarem,
se todos os outros partiram?
Reflectido apenas um rosto marcado.
Solitário.
Gasto.
Um corpo esvaziado
numa casa vazia ...
3 Comments:
Querida amiga, estive meio ausente mas já estou voltando, pouco a pouco... Gostei de poder ler-te outra vez!
Muitos beijos, flores e muitos sorrisos neste começo de nova semana!
Re:Vou fazê-lo.
_____________
E ti, o silêncio. A transfiguração... o grito que esvazia as mágoas.
Para quê? Para quê, antecipar o fim da estrada ?
O pensamento voa. Sem máscaras, o corpo que carrega o espírito, livre e sem solidão.
As palavras ainda vivas, e ainda a doçura dos sabores.
A vida durante a estrada. No reencontro contigo própria.
Onde os eus que que foram teus, não se perderam. Partiram. Foram renovados.
Um abraço
Não Amor, no fim da estrada encontras-te um rosto
afinal no fim da estrada existe outro caminho
um caminho ainda não percorrido
uma estrada desenhada por um dedo em cima do teu rosto
vamos acreditar nesta estrada de
Amor verdadeiro
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