Sunday, October 09, 2005

É preciso!

É preciso reaprender
a viver sem ti.
É preciso ver nas manhãs
apenas o nascer de mais um dia,
apenas a frescura do Outono,
sem a eterna esperança de te
encontrar.
É preciso reaprender a viver
sem essa
expectativa
do inesperado.
Sem o desejo
na ponta dos dedos.
Sem o azul dos teus olhos
de mar.
É preciso
saber desistir.
Saber quando é preciso parar
de embalar
um sonho que é só meu.
Enterrar o príncipe
e reconhecer o sapo.
Desistir do sonho
e aceitar o momento
fugaz,
pontual,
paralelo.
Retomar a rotina
é preciso.
Tudo isto é preciso

6 Comments:

Anonymous Anonymous said...

ja podias mudar a musica !!

11:48 PM  
Blogger noiseformind said...

Encontro nesse

" é preciso aprender a viver sem ti"

o principal motivo para o problema do excessivo infantilismo emocional das mulheres portuguesas, chegando elas ao pragmatismo deles com 20 anos de atraso, apesar do mito da maturidade "afectiva" precoce feminina. Talvez quando as mulheres perceberem as armadilhas do idílio romântico tratem de lidar com as questões da construção da personalidade sem aquele hiper-ventilação afectiva tão comum ; ))))))))))))

4:17 PM  
Blogger Su said...

noisinhooooooooooo não queiras denunciar o nosso infantilismo....até pq para ti são só joquinhas doces :)
qto ao poema reverse, gostei do "Enterrar o príncipe e reconhecer o sapo."
jocas maradas

7:35 PM  
Blogger reverse said...

Noise:
É dessas armadilhas do idílio romântico que me tento escapar. Na prática. Para assim chegar ao dito "pragmatismo" do sexo oposto.
Mas isso é por fora. É a aparência q quero dar e dou. Só q isso não sou eu. Eu sou esta q aqui estou, presente através das palavras. Resumindo: é tudo fachada para enganar o parceiro. Porque no fundo, no fundo vai continuar a haver "hiper-ventilação afectiva" em todas nós. Podes crer que tento dar-lhe a volta.

Marakoka:
Gostei da solidariedade.

Bjs aos dois

8:08 PM  
Blogger noiseformind said...

SE dizemos logo à partida que no fundo de nós nada vai mudar, então como procurar caminhos no lodo? Não será uma exigência supremamente romântica esse exigir que o parceiro permaneça em nós e nós nele? Oh, que o carinho não dá para tudo. Podemos fingir o carinho que queremos para nós mas então não nos queixemos quando o carinho que nos dão é oq ue fingidamente pedimos e não o que realmente desejámos.

Já canta a Manuela na música que tem tocado por aqui:

não fosse a minha competência para amar
e nunca teriamos acontecido
num mundo de competências
e técnicas de ponta
a dádiva da fala
quase já não conta

Mas lá está. Ser competente para amar não garante competência para sermos amados como queremos. E o que queremos é sempre um pouco demais em relação ao que a outra pessoa sente ; )))) ai ai ai estes difíceis amores... ; ))))))))))

2:41 AM  
Blogger reverse said...

Tens razão. Há aqui alguma coisa a falhar na questão das reciprocidades.
"A dádiva da fala já quase não conta". Mas será q é sempre precisa? Palavras para quê?
Tenho que me rever, reciclar-me, equipar-me com outras armas. Só não sei se isso vai melhorar-me ou afundar-me de vez.
Bjs.

1:08 PM  

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