As lembranças ou Uma carta que te escrevi
Quedei-me a pensar em ti neste fim de noite. No que estarias a fazer. Se o mesmo que eu, ou se afinal terei ficado sozinha a ver aquele filme que acreditei estar a ver contigo.
A casa por vezes pesa neste silêncio nocturno e o saber-te ali (aqui) atenua a solidão. Há aquela frase que sei que faria sentido para ti. Há aquele gesto que sei que reconhecerias. Há o olhar que trocaríamos ou a minha cabeça que encostaria à tua.
Procuro a tua presença no lugar vazio ao meu lado. Aperto a tua mão pousada no meu colo vazio. Fecho os olhos para melhor fixar o teu olhar.
Sei-te aqui porque te quero aqui. Ou afinal não estavas?
Adormeceste no calor da tua cama. Os olhos fecharam-se naturalmente pela força do cansaço de mais um dia. Talvez até sonhes comigo. Talvez até me dês a mão. Talvez até me imagines aí junto a ti, nessa cama, nesse quarto, nessa casa. E depois acordas. O ruído da televisão ainda acesa e o filme terminado. Longe de mim afinal que entretanto perdeste no meio do sonho.
Depois de ti o corpo é um deserto. A solidão, a companheira que não quero. O silêncio, aterrador e denso neste casulo que me acolhe. Casa-casulo onde hiberno e me preparo para nascer de novo quando regressares. Casa-ninho onde embalo os sonhos e os preservo de outros olhares.
Em todos os cantos a tua presença. Às vezes queria esquecê-la porque dói demais, outras procuro-a para que me ajudes a sorrir.
Esta é a terceira noite depois de ti. O que hei-de fazer quando de noite te procurar e não estiveres lá? Como preencher o vazio que deixaste quando partiste? Dir-me-ás que não partiste, apenas nos separámos fisicamente porque na verdade estamos sempre juntos em pensamento. E eu dir-te-ei que partes em cada despedida, em cada fim de tarde, em cada desligar de telefone, em cada adeus que me dizes. E em cada partida há sempre algo que se desfaz e algo que morre cá dentro.
Tomara já a manhã. Pelo menos terei a tua voz de novo ... por mais um pouco.
A casa por vezes pesa neste silêncio nocturno e o saber-te ali (aqui) atenua a solidão. Há aquela frase que sei que faria sentido para ti. Há aquele gesto que sei que reconhecerias. Há o olhar que trocaríamos ou a minha cabeça que encostaria à tua.
Procuro a tua presença no lugar vazio ao meu lado. Aperto a tua mão pousada no meu colo vazio. Fecho os olhos para melhor fixar o teu olhar.
Sei-te aqui porque te quero aqui. Ou afinal não estavas?
Adormeceste no calor da tua cama. Os olhos fecharam-se naturalmente pela força do cansaço de mais um dia. Talvez até sonhes comigo. Talvez até me dês a mão. Talvez até me imagines aí junto a ti, nessa cama, nesse quarto, nessa casa. E depois acordas. O ruído da televisão ainda acesa e o filme terminado. Longe de mim afinal que entretanto perdeste no meio do sonho.
Depois de ti o corpo é um deserto. A solidão, a companheira que não quero. O silêncio, aterrador e denso neste casulo que me acolhe. Casa-casulo onde hiberno e me preparo para nascer de novo quando regressares. Casa-ninho onde embalo os sonhos e os preservo de outros olhares.
Em todos os cantos a tua presença. Às vezes queria esquecê-la porque dói demais, outras procuro-a para que me ajudes a sorrir.
Esta é a terceira noite depois de ti. O que hei-de fazer quando de noite te procurar e não estiveres lá? Como preencher o vazio que deixaste quando partiste? Dir-me-ás que não partiste, apenas nos separámos fisicamente porque na verdade estamos sempre juntos em pensamento. E eu dir-te-ei que partes em cada despedida, em cada fim de tarde, em cada desligar de telefone, em cada adeus que me dizes. E em cada partida há sempre algo que se desfaz e algo que morre cá dentro.
Tomara já a manhã. Pelo menos terei a tua voz de novo ... por mais um pouco.